Como avalia a
competitividade dos portos de
Moçambique?
Apesar dos portos moçambicanos serem considerados ainda por muitos
como sendo portos excessivamente caros, a empresa que está presente
neste mercado há mais de 5 anos, tem verificado durante este
período verdadeiras melhorias no que se refere à competitividade
dos portos, contribuindo para isso em grande parte as inúmeras
infra-estruturas criadas nos últimos anos que proporcionaram a
oportunidade para que os portos pudessem prestar um serviço mais
funcional, económico e eficaz. Além das infra-estruturas também os
novos sistemas integrados implementados pelas Alfândegas
contribuíram em muito para essas melhorias, como por exemplo a JUE
(Janela Única) pois permitiu diminuir bastante o tempo de
desalfandegamento das mercadorias
e consequentemente aumentar assim a produtividade dos
terminais.
Qual o tempo médio para desalfandegar uma
mercadoria?
Depois de a mercadoria atracar no porto e de todo o processo
documental ser apresentado, por norma a Alfândega de Moçambique dá
uma resposta à uma submissão de despacho no máximo até 72 horas, no
entanto com uma boa gestão e celeridade no processo é hoje possível
desalfandegar e retirar do porto uma mercadoria em apenas 48 horas
úteis.
Quanto custa em média desalfandegar uma mercadoria
(percentagem em função do valor da mercadoria)?
Para uma importação definitiva em Moçambique a media do custo de
desalfandegamento de uma mercadoria ronda os 34% do valor CIF da
mercadoria, isto dependendo sempre do tipo de regime de importação,
do tipo de material a importar e dos incentivos fiscais que o
importador possa usufruir.
Um dos problemas mais suscitados prende-se com a
obrigatoriedade dos contentores, depois de descarregarem as
mercadorias, regressarem ao porto. Como ultrapassar esta
questão?
O retorno dos contentores vazios ao terminal é efectivamente um
dos principaís problemas dos portos Moçambicanos. Pois com o
acréscimo do fluxo de movimento de contentores vazios nos terminais
leva ao aumento quer dos custos suportados pelo cliente final quer
dos custos do próprio terminal. Além de perderem
espaço físico no terminal com este equipamentovazio vão ter de
gastar mais recursos materiais e humanos nessas operações o que
provoca um entrave ao tão desejável sistema funcional e eficaz dos
portos.
Como ultrapassar essa situação?
A solução para este problema no nosso ver passaria pela utilização
de terminais secos de segunda linha, como acontece com a nossa
empresa, que apesar de estar na cidade fica fora da zona do imenso
trafego rodoviário do centro da cidade. Aí os camiões depois de
descarregarem os contentores nas instalações dos importadores
poderiam descarrega-los vazios nesses terminais de depósito e
ficariam aí até serem reutilizados para embarques à exportação,
onde por sua vez seriam recolhidos pelos transportadores para ir
carregar as mercadorias aos exportadoras e regressavam cheios ao
terminal para embarcar.Essa situação beneficiaria bastante quer os
transportadores por conseguirem mais rotatividade dos camiões, como
as linhas de navegação que pagavam menos armazenamento de
contentores vazios e principalmente os clientes finais com a
redução dos custos (Exportadores/Importadores) podendo assim
aumentar a sua competitividade.
"Além das infra-estruturas também os novos
sistemas integrados implementados pelas Alfândegas contribuíram em
muito para essas melhorias, como por exemplo a JUE (Janela Única)
pois permitiu diminuir bastante o tempo de desalfandegamento das
mercadorias e consequentemente aumentar assim a produtividade dos
terminais."